O parecer opina pelo arquivamento de um inquérito aberto para apurar a
morte de uma pessoa em uma troca de tiros, entre um policial e dois
supostos assaltantes. O inquérito investigava as condições em que
ocorreu a morte do suspeito.
O documento começa narrando os fatos do dia em que as mortes
aconteceram. Segundo o relato, o policial estava dentro de um carro
parado no semáforo quando foram abordados por dois homens armados.
Os dois suspeitos entraram no veículo e anunciaram o assalto, e o
policial lhe deu voz de prisão. Teria ocorrido, então, a troca de tiros.
Um dos acusados teria sido, neste momento, segundo o policial,
atingido, enquanto o outro fugiu.
O promotor segue narrando o que aconteceu, mas agora com elementos
cinematográficos. “Após tal fato, quase toda a Polícia Civil, os Jedis,
os Power Ranger, os Brasinhas do espaço, a Swat, Wolverine, o Exército
da Salvação, os Marines, Iron Man, a Nasa, os membros da Liga da Justiça
e o Rambo, auxiliados pelo invulgar investigador Esquilo Secreto, se
irmanaram e realizaram uma operação somente vista em casos envolvendo
nossos bravos policiais civis”, descreve o promotor.
“Sem embargo do esforço — e que esforço — dos membros da força tarefa
intergalática, Thiago [o assaltante que escapou] não foi preso. Para
identificar e prender o parceiro do falecido (foi tarde...) Antônio”,
explica o integrante do Ministério Público.
Sempre que o promotor se refere ao suposto criminoso morto pelo
policial tece elogios à ação. “O agente, portanto, matou um fauno que
objetivava cometer um assalto contra ele, agindo absolutamente dentro da
lei", diz o parecer.
Ele encerra o parecer opiniando pelo arquivamento do inquérito contra o
policial "Bandido que dá tiro para matar tem que tomar tiro para
morrer. Lamento, todavia, que tenha sido apenas um dos rapinantes
enviado para inferno. Fica aqui o conselho para [nome do policial]:
melhore sua mira", finaliza.
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