terça-feira, 10 de julho de 2012

Policial torturada por traficantes comanda pacificação das favelas no Rio

Policial torturada por traficantes comanda pacificação das favelas no Rio 

A major Pricilla de Oliveira Azevedo (dir.), a primeira mulher a comandar uma UPP no Rio, foi homenageada pela primeira-dama norte-americana Michelle Obama em março deste ano

  • A major Pricilla de Oliveira Azevedo (dir.), a primeira mulher a comandar uma UPP no Rio, foi homenageada pela primeira-dama norte-americana Michelle Obama em março deste ano
Ela foi capturada e torturada em uma favela há cinco anos, mas hoje Priscilla de Oliveira Azevedo, uma policial de 34 anos, comanda as novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que tentam trazer de volta a paz em dezenas de favelas do Rio de Janeiro.

Foi ela quem estava no comando na primeira ocupação, em novembro de 2008, a do morro Dona Marta, reconquistado pela polícia após trinta anos de domínio por traficantes de drogas. Era a única mulher na operação e comandou 126 homens.

Atualmente, ela coordena as 25 UPPs instaladas em 144 favelas, e que contam com 5.500 policiais. Esta estratégia de ocupação foi lançada em 2008 pelo governador do Rio para melhorar a segurança na cidade antes da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

"Conseguimos transformar lugares temidos pelos moradores e visitantes em áreas turísticas", declarou Priscilla de Oliveira à AFP no topo do morro da Providência onde, no final do século XIX, nasceu a primeira favela na cidade.

Em março, a jovem mulher recebeu em Washington o Prêmio Internacional "Mulheres de Coragem" das mãos da secretária de Estado Hillary Clinton e da primeira-dama, Michelle Obama.

"Minha maior vitória foi mostrar que nas favelas do Rio, ao contrário da crença de muitas pessoas e da polícia, a maioria dos moradores são trabalhadores, pessoas honestas", disse.

A parte mais difícil, segundo ela, era ganhar a confiança das pessoas com esta nova polícia. O Dona Marta foi temporariamente ocupado em 1991 por um batalhão de elite da polícia, mas quando os traficantes recuperaram o controle, assassinaram todos aqueles que eles consideraram informantes.

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