Um motociclista tem 2,7 vezes mais chances de morrer no trânsito paulista do que o ocupante de um carro. O dado faz parte de uma pesquisa da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego).
Segundo o levantamento, há uma média de 43,7 mortes para cada 100 mil motocicletas existentes no Estado. No caso de carros, são 11,9 mortos para 100 mil veículos.
O estudo foi coordenado pela médica especialista em saúde pública Vilma Pinheiro Gawryszewki, representante da Secretaria Estadual de Saúde no Conselho Estadual para Diminuição de Acidentes de Trânsito e Transportes. A especialista tabulou os dados de 2007, os mais recentes disponíveis no Estado.
Vilma afirma que questões de acidente de trânsito são estáveis e os números não devem ter variado muito até 2010. De acordo com a pesquisa, 1.338 motociclistas e caronas de motos morreram no trânsito do Estado em 2007.
A Secretaria Estadual de Transportes disse, em nota, ter apenas os dados sobre acidentes em estradas, dos quais os motoqueiros estariam envolvidos em 17,1%.
Para Vilma, o aumento dos acidentes fatais com moto é uma tendência por causa do crescimento nas vendas desse veículo, verificado em todo o mundo.
– Esse fenômeno do aumento do número de motocicletas é internacional, atingindo principalmente os países em desenvolvimento por causa do baixo custo do veículo. A agilidade também é outro fator que atrai os consumidores.
Uma pesquisa divulgada pelo R7 em maio deste ano apontou que a classe alta usa moto também para poder fugir do rodizio de veiculos da capital paulista.
Vilma defende que, para reduzir essas estatísticas, seria necessário aprimorar a educação no trânsito dos motociclistas e aplicar uma lei mais rigorosa.
- De nada adianta cometer uma infração agora e vir uma multa tempos depois.
Ela também diz ser positivo a tentativa do Conatran (Conselho Nacional de Trânsito) de obrigar cursos para os motoboys e motofretistas.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas da Cidade de São Paulo, Aldemir Martins, porém, diz que a proposta não deveria ter vindo do Conatran, que não tem poder para regular uma classe. Martins afirma que a discussão deve ser feita pelo Ministério do Trabalho e envolver os sindicatos da categoria.
Fonte : ABRAMET
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